sábado, 12 de março de 2011

O ALIENISTA


A Obra de Machado de Assis


O Alienista: o texto

Na Vila de Itaguaí, o ilustre médico e cientista Simão Bacamarte decide construir uma casa para loucos. A Câmara de Vereadores concede a licença. É construída a “Casa Verde” (assim denominada por ter essa cor em duas janelas). Simão passa a recolher ao asilo todos aqueles que o senso comum considerava loucos. Mas, a partir de uma nova teoria, o médico começa a considerar loucas as pessoas que pelo senso comum eram sãs. Assim é que, em determinado momento, a maioria da população estava encerrada no hospício por terem algum desvio ético, segundo o critério de Simão Bacamarte. Esse fato levou-o a admitir como normal o desequilíbrio das faculdades mentais, libertando todos os alienados. E, os equilibrados, por serem a minoria, foram considerados insanos e, portanto, eles passaram a ser recolhidos ao hospício. Quando o último hóspede “curado” deixa a “Casa Verde”, Simão Bacamarte tira a última conclusão: “Será que somente eu possuo todas as características do perfeito equilíbrio mental e moral?”






Comentário Crítico

              Uma sátira contundente e feroz sobre o multifacetado e constrangedor espetáculo oferecido pela natureza humana.
       Uma inventiva sarcástica, sempre em forma de parábola, contra os valores de uma sociedade, específica ou genérica, na qual o normal é ser patife e o anormal é ser honesto.
              Uma sátira feroz às instituições políticas e sociais em suas várias instâncias. Uma obra típica da chamada segunda fase do autor, toda ela marcada pelo sarcasmo, pela ironia e pelo pessimismo sobre a natureza humana.
              Sátira bem humorada sobre a dificuldade ou impossibilidade de estabelecer com precisão os limites entre normalidade e anormalidade, seja em termos psíquicos, seja em termos éticos.




      O Espetáculo

              A montagem teatral de “O Alienista”, pelo Grupo Artes & letras, expõe no palco, com sensibilidade e humor, a tênue linha entre loucura e razão, através das sutis discussões sobre obsessões, ciência, poder e corrupção, garantindo reflexão e entretenimento. Nesta adaptação de Júlio Lhenardi, também diretor e ator do espetáculo, é evidente a fidelidade à obra machadiana ao preservar o contexto, a linguagem e o estilo do “Bruxo de Cosme Velho”.




      Ficha Técnica

      Elenco: Air Lepère, Edye, Jorge Gil, Júlio Lhenardi, Márcia Melo
      Cenários e Figurinos: J. Alceu
      Operação de Som e Luz: Allex Manzônia
     Texto e Direção: Júlio Lhenardi

     Realização: Grupo Artes & Letras 

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